Descrição enviada pela equipe de projeto. O Parque del Conde de Orgaz é um dos lugares mais privilegiados de Madrid, onde a vegetação oculta as casas... por isso, um restaurante neste lugar dever se assemelhar com "comer num parque".
O projeto pretende eliminar as barreiras entre interior e exterior através de um vime, que fechará os jardins de modo a receber e envolver os clientes. Assim, interior, terraço e rua para pedestres formam um mesmo espaço, fechando-se para o ruído e abrindo-se para o jardim.
O existente se deixa na escala própria das instalações, todas pintadas em preto, para introduzir os materiais na escala das pessoas, que pouco a pouco nos fazem conscientes dos diferentes sentidos: o 'olfato' para o jardim, a 'visão' para o vime que bilha como outro com a iluminação, o 'tato' para tudo aquilo que está a nosso alcance (toalhas de mesa de seda natural, cadeiras de madeira de carvalho) e para finalizar, o mais importante em um restaurante, o 'paladar'.
Naturalmente, a "audição" é deixada para uma boa conversa ...
Construção:
O vime, como material protagonista do exterior e interior, é utilizado com uma capa dupla suspendida de três linhas horizontais de chapas de ferro. A inferior, a 20 cm do solo para facilitar a limpeza do chão, está intermediada pela segunda, a 90 cm de altura, que possui uma dupla linha de LED's que enfatiza a iluminação nas áreas de mesa, produzindo um efeito de brasas; e a última, a 2,40 m. De todas elas o vime, em rolos, é pendurado por arames simples.
No exterior, a própria estrutura de gradio do parapeito existente servirá de suporte para o vime, mantendo o mesmo tipo de iluminação do interior. Esta estrutura também servirá de suporte de grandes letras realizadas em chapas de ferro que formam o nome "Al Punto", assim como o letreiro de fachada.
O vime desaparece na fachada da rua para pedestres, dando a vez para o bambu, como filtro vegetal entre a rua e o terraço. Aqui, um revestimento de madeira de Ipê no chão nos introduz ao restaurante, separando o exterior do interior com uma fachada de vidro do piso ao teto. Uma única porta pivotante de 1,50 x 2,80 m realizada em Krion sintético preto e um puxador de madeira maciça pintada em preto com o nome do restaurante em baixo relevo.
No interior, a iluminação é resolvida com luminárias suspendidas em diferentes alturas do modelo Cirio de Santa & Cole em alumínio dourado e algumas em cerâmica translúcida também em diferentes alturas, que junto às velas das mesas, criam a atmosfera de um ambiente íntimo. A luz destas luminárias se refletem no vidro da fachada produzindo um efeito de ambiguidade entre exterior e interior.
O bar foi solucionado na parte inferior com o mesmo material da porta de entrada e o bar superior, com madeira maciça de carvalho. A prateleira de garrafas foi executada com tubos quadrados de ferro com acabamento em laca na cor preta com as prateleiras em Krion também preto.
A climatização dos ambientes se dá por dutos aparentes em aço galvanizado pintados de preto e suspendidos do forro existente, que será tratado com o mesmo acabamento.
Os banheiros foram executados em compensados de madeira tingida de preto e envernizada, e as louças na cor grafite são da série Element de David Chipperfield para Roca.
Para o mobiliário exterior foi utilizada a cadeira Ara, desenho de Jorge Pensi para Pedralli e para o interior, a Sign de Daniele Lo Scalzo também para Pedralli.
Em suma, um restaurante onde exterior e interior dialogam somando seus espaços como se tratassem de um todo.